Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação
(antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da
reportagem e utilize a seção de comentários. A coluna responde
perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras.
O Facebook, a maior rede social do mundo, começa a
negociar suas ações na bolsa de valores americana nesta sexta-feira,
tendo arrecadado cerca de US$ 16 bilhões para seus fundadores e
investidores com a oferta pública inicial (IPO, em inglês). No entanto,
criminosos virtuais também têm tirado proveito da rede social para
ganhar dinheiro em golpes, fraudes e roubos, on-line e off-line.
Uma das principais gangues que opera no Facebook é responsável por
uma praga digital chamada “Koobface”. Os suspeitos de criar o vírus
seriam russos e foram identificados pelo Facebook em janeiro deste ano.
Os criminosos teriam faturado pelo menos US$ 2 milhões com a operação.
Mas os riscos do Facebook vão além dos vírus e alguns são quase
inerentes ao uso da rede social, enquanto outros são mais comuns no
Brasil. Confira a lista:
1- Exposição de dados pessoais
Como rede social, o Facebook encoraja seus usuários a publicarem
detalhes sobre si mesmos em seus perfis e, agora, na “Linha do Tempo”. O
internauta, ao fazer isso, pode estar divulgando informações que serão
úteis para criminosos.
Uma possibilidade é o internauta revelar que foi viajar ou tirar
férias, sinalizando que a residência estaria desprotegida. Ou, em outros
casos, internautas que postam fotos de eletrônicos ou produtos caros na
rede social também podem ser alvos de criminosos. Isso já está
acontecendo, inclusive no Brasil
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/12/informacoes-em-rede-social-estimularam-roubo-em-sp.html
Outra possibilidade é o uso de informações presentes na rede social
para adivinhar senhas ou as chamadas “respostas secretas” para recuperar
senhas de e-mail. Essas informações também permitem, facilmente, que
uma pessoa se passe por outra, usando os dados presentes no perfil.
2- Spam
Embora o Facebook exerça um controle sobre as mensagens postadas para
impedir o chamado spam – o envio de mensagens indesejadas, em massa, na
rede – ainda é possível encontrar diversas postagens que foram
publicadas dessa maneira. Algumas delas fazem propagandas de produtos,
de “fanpages” ou contém links para pragas digitais.
3- Perfis roubados
Perfis do Facebook são interessantes para os criminosos porque amigos
confiam uns nos outros. Roubar um perfil e utilizá-lo para enviar
mensagens de spam com qualquer conteúdo, como explicado no item 2, é
mais eficaz do que criar contas completamente falsas na rede social.
Esses perfis roubados podem ainda ser usados para “curtir”
determinadas fanpages. Neste caso, os donos das páginas podem ter pago
por um “serviço” para receber essas curtidas.
4- Pragas digitais
Vírus de computador, inclusive os brasileiros, estão roubando as senhas
digitadas para entrar no Facebook e obter os perfis. Mas, além disso,
criminosos têm usado o próprio Facebook para disseminar pragas digitais.
Isso tem ocorrido tanto pelo chat da rede social como por meio de
fanpages.
As pragas digitais presentes no Facebook são de vários tipos. Algumas
delas são apenas extensões maliciosas para o navegador, que alteram
algumas páginas específicas da web e nem mesmo roubam as credenciais
(senhas) dos usuários. Mas outras, como no caso do Koobface, geram uma
“rede zumbi” com os usuários infectados.
No Brasil, fanpages e mensagens que circulam na rede social tentam
disseminar extensões maliciosas ou pragas digitais que roubam senhas de
banco.
5- Apps maliciosos
O Facebook permite que outros desenvolvedores criem “aplicativos” que
interagem com a rede social. Esses aplicativos podem integrar outras
redes sociais, permitir jogos dentro do Facebook e até coisas mais
cotidianas, como mostrar o significado do nome, o horóscopo ou notícias.
Uma vez adicionados, os apps podem ter acesso a algumas informações
que o internauta coloca no perfil. Muita gente esquece dos apps depois
de adicioná-los, mas eles mesmo assim ficam ativos e têm a capacidade de
interagir com o perfil.
6- Falsa sensação de privacidade
O Facebook permite que usuários configurem quem pode ter acesso a
determinadas informações publicadas na rede social. Embora alguns
usuários ignorem essa configuração, outros restringem o acesso ao perfil
apenas “para os amigos”. Porém, acabam adicionando quase qualquer um
que realiza uma solicitação na rede.
Esse ataque também pode ser realizado de duas outras formas para
aumentar as chances de sucesso. A primeira é “clonando” um perfil de um
amigo da vítima. Com isso, a vítima pode pensar que o amigo criou outro
perfil ou algo parecido. A outra forma é tentando adicionar em massa
todos os amigos da vítima – algumas pessoas menos seletivas irão
adicionar e, quando a vítima receber o convite, haverá diversos “amigos
incomuns” – o que aumenta as chances de uma pessoa aceitar o convite do
“espião”.